sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O peso das palavras


Palavras,
Elas são infinitas.
São confiáveis e perigosas.
Palavras que nos fazem levantar, quando queremos ficar deitados.
São pontes, mas podem transformar-se em barreiras.
Saem sem pensar, sem querer.
Machucam, curam,
Constroem, destroem,
Enganam e consolam.
Podem ser suave como balões de ar que nos levam à luz,
Ou pesadas como âncoras que nos afundam à escuridão.

Há aquelas que são gritadas aos sete ventos, mas doem.
Todos buscam, nas palavras, um conforto.
Elas dopam como se fossem drogas.
Algumas precisam ser repetidas, sempre.
Palavras,
Alegram, entristecem.
Nos leva ao céu e ao inferno.
Algumas se perdem dentro de nós,
Outras não saem da mente.
As sinceras, boas ou não, se imortalizam.
Mas, além de tudo, devemos nos policiar e medi-las.
Pois, elas deixam marcas,
No tempo, no coração e na alma.

(Bruno Alves)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Meus olhos fechados
Escondem minha mente
Ligada 24 horas por dia.
Meu silêncio, na verdade,
É um grito, um chamado, um aviso
De quem busca sinceridade
Nos olhos de quem fala, nos olhos de quem escuta.
Sinto-me nadando contra a correnteza,
Esbarrando e atrasando quem já encontrou seu caminho.
Enquanto eu não aprender o meu,
Ficarei estagnado.
O fluxo não é meu rumo.
Continuo inerte.
Sem a leveza de quem está sendo levado pelo destino.

Paro. Penso.

Deixo aqui minhas frustrações,
 Meus pensamentos e lamentações.
Também coloco sobre tudo isso uma rocha.
Uma rocha que qualquer brisa poderá mover.
E se uma sombra passar diante de mim, decidi que,
Será como um vulto passando em frente um cego.
Fecharei meus olhos e não pensarei em mais nada.

(Bruno Alves) 

quarta-feira, 21 de setembro de 2011


Sempre fica a sensação de estar deixando algo,
Um incômodo que me segue até o outro lado.
E, caminhando em passos largos,
Acompanhado desse frio nostálgico,
Vem uma vaga lembrança do que estava enterrado.
O cheiro que vem, de saudade é carregado.
E pela brisa que passa, logo é levado.
É eu comigo mesmo.
Meus ouvidos congelados pelo vento,
Pela música que me conforta eles ficam atentos.
A voz faz com que eu me encontre, longe,
A cada verso.
E sem depender de ninguém eu sigo.
Cruzando ruas e olhares,
Apegando-me cada vez mais ao silêncio.
A caminho em passos lentos,
Apenas eu comigo mesmo.
(Bruno Alves)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Eu sinto falta, e isso é nítido. Falta de não sei o quê, não sei de quem. Cada barulho que ouço, cada imagem que vejo, cada cheiro que sinto, lembra algo que não vivi, algo que ainda não vi.
É uma saudade que não têm começo, um vazio que, talvez, nunca foi preenchido, um lugar que nunca foi ocupado.
Sinto falta das músicas que ainda não ouvi, dos poemas que não li, do que ainda não escrevi.
Ecos de palavras que nunca foram ditas, de portas que nunca foram abertas, de passos que nunca seguiram.
Vejo tudo isso pelas janelas, que ainda não se abriram.
(Bruno Alves)

domingo, 26 de junho de 2011

Em meio à tempestade de confusões,
Eu via uma faísca do sol a brilhar,
Nuvens negras flutuantes chegavam,
E a chuva de medo começou a cair.
Pingos afiados me acertavam
Eu estava sem proteção, e eles me machucavam.
Dias nebulosos pareciam eternidades,
Não havia para onde fugir.
As lembranças me cercavam,
Mostrando que ainda havia sol.
As lembranças me cercavam,
E mostravam o que eu não enxergava.
Que em meio à neblina
Eu não estava sozinho.
Uma mão se estendia, ela sempre esteve ali.
E com um sopro, fez com que as nuvens se espalhassem.
Para longe.
A faísca do sol se tornou uma explosão de raios
Que iluminam dias, tardes e noites.
E, se as nuvens negras voltarem,
Eu não estarei sozinho.
Aprenderei a soprar também,
Como um pássaro que aprende

A se proteger das nuvens negras dos céus.
Aprenderei a ensinar também.
Como um pássaro que ensina sua cria
A abrir seus caminhos com o bater de suas asas.
E ensiná-lo da forma que aprendi,
Que ninguém está sozinho.
(Bruno Alves)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Aprenda com cada momento, seja ele bom ou ruim. Por mais que a vontade de explodir seja incontrolável, olhe à sua volta e veja se essa explosão não atingirá alguém importante.

(Bruno Alves)

terça-feira, 10 de maio de 2011



Sei lá, acho que estou ficando louco. Fechando-me em um mundo onde só eu entendo, ou acho que entendo, as coisas que ouço e vejo.
Não é egoísmo da minha parte guardar essas coisas, pois são minhas coisas, minhas loucuras, minhas neuras. Quando penso em compartilhar com um amigo, pois sei que posso contar com ele pra qualquer coisa, tenho a impressão que é tudo besteira da minha cabeça, e recuo. Mas, logo volto a ver e ouvir “coisas” que me aflige... Tranco-me em meu silêncio novamente, mas não é um silêncio comum. Às vezes é perturbador.



(Bruno Alves)